Grupos: Vários espelhos
Por: Maria Zeli Stelmack Rodrigues
“En tiempos de incertidumbre y desesperanza, es imprescindible gestar proyectos colectivos desde donde planificar la esperanza junto a otros”.Enrique Pichon Riviére
Pichon Riviére, argentino e o criador da expressão grupo operativo na frase acima põe toda a esperança nos grupos e nos seus projetos coletivos. Este continua sendo nosso desafio, de numa sociedade cada vez mais narcisista poder encontrar o coletivo.
O grupo faz parte das nossas vidas já que uma pessoa a mais comigo forma um grupo , mas sabemos pouco sobre seus tipos e sobretudo no seu manejo. Na maior parte da nossa formação como profesores ou facilitadores ninguém nos fala sobre os grupos que teremos que coordenar e, o manejo e o entendimento dos fenómenos grupais. No entanto, é justamente isto que é o diferencial do trabalho onde o grupo não fica apenas com a tarefa e o resultado, mas também com o entendimento de como circula, que comportamentos se evidenciam naquele grupo que o fazem ser único.
Saber a história deste grupo é o começo para podermos desenhar a nossa história com este grupo. De onde vem? Quais os objetivos e motivações que o levaram até ali, quais experiências anteriores são importantes?
Isso nos dá ideia para um planejamento de facilitação e que tipo de grupo vamos acompanhar ou facilitar. Quem trabalha com grupos sabe que teremos alguns mecanismos de defesa, especialmente a intelectualização no momento em que estivermos mobilizando emoção. O próprio ataque ao facilitador deve ser levado como material a ser explorado, pois não podemos esquecer que é da vida e da vida dos grupos a projeção/transferencia , ou seja, eu enxergar no outro aquilo que é meu e os modelos de autoridade.
Os grupos operativos tem uma tarefa, mas o facilitador não pode esquecer que é nesta tarefa que teremos os comportamentos manifestos, papéis dados pelo grupo e o processo ou a dinámica que este grupo establece.
Aquí vale o registro que o facilitador poderá observar a dinámica do grupo independente de estímulo ou não, pois é também no dia a dia que enxergamos este “jeito” característico dos grupos.
Depois da observação atenta nos movimentos do grupo que estamos facilitando começamos a desvendar a dinámica deste grupo.
No final conhecer grupos é fazer o grupo pensar não somente na tarefa , mas no como executa esta tarefa e ajudar a ter uma aprendizagem além daquela objetivamente proposta. O participante sai também com uma reflexão sobre o seu comportamento enquanto participante de um grupo.
Maria Zeli Stelmack Rodrigues é instrutora no Integramente: Programa de Desenvolvimento Integrado de Consultores e Faciltadores no módulo “ Escute para compreender” - Solicite informações: http://bit.ly/integramente_info
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